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sábado, 24 de janeiro de 2015

Cirilo discute seca, iluminação pública e situação financeira do HRDPN em entrevista

Por mais de duas horas o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSD), concedeu uma entrevista ao programa Repórter Ceará, da Rádio Campo Maior AM 840, retransmitido por outras emissoras do município, e destacou entre diversos assuntos, as medidas que estão sendo adotadas diante da previsão de estiagem para este ano.

“Hoje estamos em uma situação realmente difícil porque o Fogareiro, que é o nosso maior reservatório está com 2 a 3% de sua capacidade total e a barragem tem uma pouca quantidade de água também. A comunidade também já vem ajudando, mas a gente está pedindo que  possa economizar cada vez mais para que as medidas de governo possam chegar a tempo também de socorrer as comunidades com menos sofrimento”, disse.


Cirilo alertou para a importância da conscientização e uso racional da água: “Se economizarmos água quando vamos fazer a barba, escovar os dentes, lavar o carro, a casa, e em diversas atividades, tudo isso ajudará a prolongarmos a vida útil do Fogareiro e consequentemente a gente via levar um tempo maior para que possa trazer essa adutora do Açude Pedra Brancas (em Quixadá) para Quixeramobim, que deve chegar aproximadamente em tempo real que me foi dado pelo Governo do Estado no mês de junho, quando deve ser concluída sua parte final. Essa é uma previsão que foi dada pelo Governo, até porque o governador assumiu agora e está reorganizando as finanças”.
O gestor lembrou que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) tem realizado um importante trabalho de apoio no abastecimento de água na zona rural: “Nós podemos dizer que ano passado e retrasado tivemos uma atuação muito forte da Prefeitura através do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) nas comunidades rurais. Primeiro com retroescavadeira, cavando cacimba, ajudando a perfurar mais cacimbão, ajeitando, em muitas comunidades, poços que eram utilizados antigamente. Nós temos cavado poços profundos em comunidades do interior. O SAAE, ano passado, enterrou 43 mil metros de canos em um investimento de mais de R$ 1,5 milhão, o que tem ajudado a expandir a rede de abastecimento, dando assistência às comunidades”.

Além da situação de estiagem, Pimenta falou da crise que tem enfrentado a gestão para garantir a manutenção dos serviços prestados pelo Hospital Regional Dr. Pontes Neto (HRDPN) e, segundo ele, já deu ciência do problema à Secretaria Estadual da Saúde, principalmente em reunião realizada na Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) com o secretário estadual da pasta, Carlile Lavor, e os gestores de municípios que mantém hospitais pólo.

“As pessoas chegam às vezes no Hospital daqui e, com razão, reclamam porque chegam na emergência e tem dia que tem dois médicos, tem dia que tem um médico, mas tem hora que não tem nenhum. E as pessoas acham que o Hospital é só emergência. Na verdade, o hospital é pra funcionar como emergência para pessoas que chegam lá e é recomendado se hospitalizar. Nós temos uma atenção básica com um médico em cada bairro, mas infelizmente uma parte da comunidade às vezes para pedir um atestado vai para o Hospital. E aí vai aglomerando. O Hospital de Quixeramobim é pólo e não é só emergência. As pessoas às vezes afirmam que o hospital só tem um médico, nunca teve só um, lá dentro tem seis, sete, todo dia trabalhando em todos os setores. Você sabe quanto cirurgias são realizadas por dia? De 10 a 15.Você sabe quantos médicos o hospital tem por mês? 54 profissionais”.
Devido ao grande custo para manutenção de mão-de-obra o prefeito se diz sem condições de manter a unidade e que se faz necessário intervenção do Estado: “O Hospital custa para o município mais de R$ 1,7 milhão por mês. Você sabe quanto dá a folha das pessoas que trabalham no Hospital? R$ 900 mil. Matematicamente nós não podemos mais tomar conta desse hospital. Os outros por aí fecharam e está todo mundo vindo pra cá [...] Por isso cheguei para o secretário e disse: ‘A Prefeitura não tem dinheiro para manter’. Hoje mesmo pagamos R$ 100 mil de remédio e não dá pra nada. Você sabe quanto o Estado passa deste montante gasto por mês? R$ 230 mil. Era 90 mil e aí gente conseguiu ano passado subir para esse valor e recebe mais R$ 330 mil do Governo Federal, totalizando R$ 560 mil, e o restante fica para a gente manter o hospital para a região toda, pago pelo município. E as pessoas chegam lá e reclamam com razão. Agora, gostaria eu de ter pelo menos mais dez médicos atendendo lá”, disse.

Cirilo garantiu que a melhor forma para resolver a situação é entregar a unidade hospitalar ao Governo do Estado: “Estamos mantendo o Hospital para o Estado. Temos praticamente dez municípios da região mandando pacientes para cá e, infelizmente, a Prefeitura não tem condições. Tem ainda os postos de saúde, os médicos do Programa Saúde da Família, as enfermeiras, os agentes de saúde, os auxiliares de enfermagem, os dentistas. Tudo isso é pago. O milagre aqui chegou no limite final”, afirmou.

Ao lado do prefeito estavam durante a entrevista, além de secretários e vereadores, o consultor técnico da Prefeitura e especialista em iluminação pública, Felipe Rodrigues, que explicou que a partir deste ano, de acordo com determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), as prefeituras serão responsáveis pela iluminação pública municipal: “É bom a gente entender que estamos passando por alguns meses de ajuste e temos que entender que a partir de agora a Prefeitura vai começar a se estruturar para poder pegar esse serviço”.
Felipe lembrou que a Coelce tem um prazo de 90 dias para realizar o reparo das lâmpadas que estão quebradas desde o ano passado e que a partir de então o poder público municipal assumirá o serviço. O consultor destacou ainda que devido a nova medida, a lei de taxa de iluminação pública teve que ser alterada: “A lei antiga do município na verdade beneficiava quem consumia mais. Só para dar um exemplo, quem consumia de 201 a 500 quilowatts pagava um único valor. Nessa nova lei a gente distribuiu de forma mais equilibrada, justa e proporcional. A nível de Estado do Ceará, o que hoje Quixeramobim cobra eu considero um valor ainda pequeno em relação ao que se cobra em outros municípios. Para se ter ideia, em Barroquinha, na primeira faixa residencial se paga R$ 4,50. Aqui está se cobrando R$ 2,43. Ou seja, esses ajustes foram apenas para se adequar a nova lei”, disse.

Postado por: Jornalismo - Sistema Maior de Comunicação

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